Indy em SP tem menos brasileiros dentro e fora da pista

ANDREI SPINASSÉ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Indy chegou a São Paulo nesta semana 'menos brasileira' do que quando desembarcou no aeroporto de Viracopos em março de 2010. No ano passado, sete pilotos do país e uma equipe com um coproprietário brasileiro correram no circuito do Anhembi. Entretanto, durante a pré-temporada, dois desses competidores perderam espaço e a equipe fechou as portas.

IndyCar/Divulgação

Mario Moraes não participará da Indy em São Paulo em 2011

Essas baixas foram provocadas por falta de verba. Os pilotos Mario Moraes e Mario Romancini e o dirigente e ex-piloto Gil de Ferran não tiveram escolha a não ser não participar da categoria em 2011. Com Tony Kanaan quase aconteceu o mesmo, mas ele conseguiu dinheiro de patrocinador e estará na segunda edição da São Paulo Indy 300 junto com Bia Figueiredo, Hélio Castro Neves, Raphael Matos e Vitor Meira, que também disputaram a prova no ano passado.

Moraes, 22, fez três temporadas completas na categoria e pela primeira vez fica um ano parado. "Infelizmente nossa equipe perdeu um dos patrocinadores principais e, com isso, acabou a chance de eu participar do campeonato. Faltou dinheiro para completar o orçamento", disse o paulista em entrevista à Folha.

O piloto viveu uma excelente fase no fim de 2009, quando era o único representante da KV na maior parte das corridas, e marcou 123 pontos nas últimas quatro etapas. Mas em 2010 ele não deu sequência a essa boa fase. "Tínhamos a opção de continuar com um carro só ou ir para três", afirmou. "Optamos por três carros, que foi uma escolha meio errada pelo fato de a equipe não ter tanta estrutura assim."

Curiosamente, a vaga de Moraes na KV foi ocupada em 2011 por Kanaan, que inicialmente tinha um acordo com a De Ferran Dragon, desfeito quando a equipe não conseguiu todo o orçamento necessário para disputar a temporada.

Butch Dill - 10.04.2011 - /Associated Press

Kanaan cumprimenta torcedores

Apesar disso, Moraes disse ter ficado feliz por Tony, 'porque ele passou por um período bem complicada no começo do ano'. Com o fechamento da De Ferran Dragon, Kanaan foi procurar outra opção e, patrocinado pelo brasileiro Grupo Petrópolis, assinou com a KV. "A equipe está cada vez melhor, mais forte, e conseguiu fazer até um pódio na primeira corrida", comentou Moraes, que atualmente faz fisioterapia para a coluna para se recuperar de um acidente sofrido em setembro de 2010, no Japão, e que disputou recentemente uma etapa do Mini Challenge como convidado em Curitiba.

Já Gil de Ferran, que no ano passado teve como piloto Raphael Matos, lamentou a ausência de seu time. "Infelizmente não conseguimos levantar patrocínio suficiente para participar do campeonato de maneira competitiva", declarou.

"Foi uma pena, pois havíamos conseguido contratar um dos melhores pilotos da categoria, o Tony Kanaan. Acredito que, com ele e toda a preparação e investimento que fizemos durante a pré-temporada, tínhamos boas chances de sermos bem competitivos neste ano. Mas vai ficar para a história", disse o bicampeão da Cart e vencedor das 500 Milhas de Indianápolis de 2003.

A São Paulo Indy 300 de 2011, que será disputada no próximo domingo, contará ainda assim com cinco pilotos brasileiros e alguns patrocinadores do país.

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Fonte: Jornal Folha de SP